Badische Presse - Milhões de pessoas são evacuadas por risco de tsunami no Pacífico

Milhões de pessoas são evacuadas por risco de tsunami no Pacífico
Milhões de pessoas são evacuadas por risco de tsunami no Pacífico / foto: © Servicio Geofísico de la Academia Rusa de Ciencias/AFP

Milhões de pessoas são evacuadas por risco de tsunami no Pacífico

Um dos maiores terremotos já registrados, que atingiu o extremo oriente da Rússia, provocou nesta quarta-feira (30) um tsunami com ondas de quatro metros e gerou alertas de evacuação ao longo da costa do Pacífico, do Japão ao Equador.

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O terremoto, de magnitude 8,8, ocorreu às 23h24 GMT de terça-feira, a uma profundidade de 20,7 km, a 126 km da costa de Petropavlovsk-Kamchatsky, capital da península russa de Kamchatka, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). Apesar de ter sido o mais forte desde 2011, o tremor provocou danos limitados e não deixou vítimas, segundo autoridades.

Mais de 10 países, entre eles Estados Unidos, Peru, México e Colômbia, emitiram alertas de tsunami e milhões de moradores foram convocados a deixar suas casas. Por volta das 18h GMT de hoje, uma faixa da costa do Pacífico sul-americano permanecia sob alerta.

No Equador, o instituto oceanográfico da Marinha informou que "ondas de até 1,3 metro já foram registradas na região insular, enquanto alturas de até 1 metro são esperadas na costa continental". No arquipélago de Galápagos, a 1.000 km do continente, os parques nacionais foram fechados e praias, docas e áreas baixas foram evacuadas.

O Chile evacuou a Ilha de Páscoa, de cerca de 7 mil habitantes, localizada a cerca de 3.500 km do continente. Na região continental do país, a expectativa era de chegada das primeiras ondas na cidade de Arica após as 18h30 GMT.

No Peru, 65 dos 121 portos do Pacífico foram fechados e a Marinha alertou que se deveria suspender a pesca e evitar a aproximação da costa. O Centro Nacional de Operações de Emergência estimou que as ondas poderiam atingir entre 1 e 2,31 metros de altura.

Autoridades de Guatemala, Costa Rica, El Salvador e Panamá pediram que a população evite atividades aquáticas na costa do Pacífico.

- Ondas na Rússia -

Na Rússia, um tsunami inundou o porto de Severo-Kurilsk, nas ilhas Curilas, a cerca de 350 km do epicentro do terremoto, submergindo uma unidade de produção pesqueira.

Ondas de quatro metros alcançaram 400 m terra adentro e atingiram um memorial da Segunda Guerra Mundial, disse Alexander Ovsiannikov, prefeito do distrito das Ilhas Curilas do Norte. Cerca de 2 mil pessoas foram evacuadas.

"Por sorte, havíamos deixado uma mala com água e roupas perto da porta. Rapidamente a pegamos e corremos. Foi assustador", descreveu uma moradora de Kamchatka ao veículo estatal Zvedza.

O Japão emitiu inicialmente um alerta de evacuação para quase 2 milhões de pessoas, mas, para a noite de hoje, já havia rebaixado ou cancelado as advertências. Os funcionários da usina nuclear de Fukushima, devastada por um tsunami em 2011, foram evacuados por precaução, informou a operadora.

O Centro americano de Alerta de Tsunamis do Pacífico advertiu para ondas de um a três metros nos litorais de Chile, Costa Rica, Polinésia Francesa, Guam, Japão e outras ilhas do Pacífico. Horas depois, suspendeu o alerta de evacuação para o Havaí, onde um congestionamento foi registrado perto da praia de Waikiki, devido à fuga da população para áreas mais elevadas.

A península de Kamchatka, pouco povoada, é o ponto de colisão das placas tectônicas do Pacífico e da América do Norte, o que a torna uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo. Cientistas russos relataram que o vulcão Klyuchevskoy entrou em erupção logo após o terremoto.

O tremor inicial, o mais forte na região de Kamchatka desde 1952, foi seguido por seis réplicas, que abalaram ainda mais o extremo oriente russo. Segundo o USGS, o terremoto foi um dos mais fortes já registrados.

L.Fischer--BP