

Jair Bolsonaro passará noite no hospital após "sentir-se mal"
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado na semana passada por golpismo, passará a noite desta terça-feira (16) internado em um hospital de Brasília após "sentir-se mal", informou sua família.
Bolsonaro, que deixou a prisão domiciliar preventiva para ir ao centro médico na tarde desta terça-feira, "está estável, mas não está com a cara boa", disse seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Ele passará a noite "em observação", acrescentou o legislador na porta do hospital, onde agentes de polícia montavam guarda, constatou a AFP.
O ex-mandatário, de 70 anos, foi condenado na semana passada a 27 anos de prisão por uma tentativa de golpe de Estado, em um julgamento histórico no Supremo Tribunal Federal (STF).
O Supremo o considerou culpado de liderar uma organização criminosa para se manter no poder em 2022, após perder as eleições para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Flávio Bolsonaro explicou que o pai teve um "episódio mais drástico" de suas recorrentes crises de soluço que o deixou "quase dez segundos sem respirar".
O episódio lhe provocou vômito e queda de pressão, segundo o senador.
Após realizar exames, Bolsonaro recebeu medicação intravenosa, comunicou por sua vez a esposa e ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Instagram.
– Problemas de saúde –
Uma equipe médica viajará de São Paulo a Brasília para reforçar os cuidados com a saúde de Bolsonaro, indicou o senador.
O ex-presidente (2019-2022) tem sofrido nos últimos meses com frequentes problemas de saúde.
Sua defesa alegou esse motivo para justificar sua ausência nas últimas sessões do julgamento.
No domingo, ele havia sido admitido no hospital para uma intervenção cirúrgica menor e programada, por lesões na pele. Os médicos lhe diagnosticaram anemia.
Para que sua sentença por golpismo seja efetiva, o STF deve resolver eventuais apelações de seus advogados e dos de outros sete corréus também condenados.
Enquanto Bolsonaro espera a conclusão do processo, seus partidários no Congresso pressionam por uma anistia para ele e para centenas de simpatizantes bolsonaristas condenados por golpismo.
Sua inclusão ou não na agenda parlamentar depende em primeira instância do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos - PB)
O presidente Lula disse que vê um "risco" de anistia se o tema avançar no Congresso e convocou seus apoiadores para uma "batalha" para evitá-la.
Embora nos últimos meses tenha mostrado interesse em candidatar-se à reeleição, na semana passada Lula deu um passo atrás: "Ainda não me defini como candidato".
Com Bolsonaro condenado e inelegível politicamente, a direita ainda não definiu seu candidato, embora o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apareça como favorito.
T.Schmid--BP