

Primeiro-ministro da França pedirá voto de confiança em 8 de setembro
O primeiro-ministro francês, François Bayrou, anunciou nesta segunda-feira (25) que se submeterá a um voto de confiança na Assembleia Nacional no dia 8 de setembro, em uma sessão extraordinária que busca validar seu plano de cortes para reduzir o déficit.
A França deve "enfrentar" o "perigo imediato" do "superendividamento", declarou o chefe de Governo durante uma coletiva de imprensa sobre seu plano de economia orçamentária.
"Este dinheiro, emprestado por centenas de bilhões, não foi usado como deveria ter sido utilizado para investir", mas sim "para despesas correntes", afirmou Bayrou, ao anunciar que solicitaria a confiança dos deputados no dia 8 de setembro.
Nessa data, o líder assumirá a "responsabilidade" de sua gestão sobre a "questão central" do "controle de nossas finanças".
A votação estará centrada em validar o programa de ajuste fiscal de quase 44 bilhões de euros (51 bilhões de dólares ou 277 bilhões de reais) que seu governo defende, e depois serão debatidas "cada uma das medidas deste plano de emergência".
Na sua opinião, sem o "acordo" da Câmara Baixa, a ação é "impossível".
- "Derrubar o governo" -
Após o anúncio, tanto A França Insubmissa (LFI, esquerda radical) quanto o Partido Comunista Francês (PCF) anteciparam que votarão para "derrubar o Governo".
Os Ecologistas disseram o mesmo e destacaram que essa votação de confiança é "de fato uma renúncia".
Por sua vez, o Reagrupamento Nacional (RN, extrema direita) assegurou que também não votará a favor da confiança, e seu presidente, Jordan Bardella, previu "o fim do Governo", cuja sorte depende agora da posição oficial do Partido Socialista (PS).
"Com toda probabilidade, por unanimidade do grupo socialista votaremos contra", declarou nesta segunda-feira ao Franceinfo o deputado socialista Philippe Brun.
Bayrou reiterou em sua coletiva de imprensa que sua prioridade é lutar contra o "superendividamento" da França, em um contexto de múltiplos apelos para bloquear o país a partir de 10 de setembro.
"Há ou não urgência nacional em reequilibrar nossas contas públicas e escapar, porque ainda é possível, da maldição do superendividamento?", perguntou Bayrou.
Isso se consegue "escolhendo uma trajetória de retorno ao controle da dívida em quatro anos até 2029, gastando menos e produzindo mais", acrescentou o primeiro-ministro em tom solene.
Após a experiência de seu antecessor Michel Barnier, primeiro-ministro censurado após três meses no final de 2024, François Bayrou "não vai esperar que o censurem assim tão facilmente", disse um de seus aliados antes da coletiva. Tentará "encontrar vias, caminhos, reafirmar algumas coisas", acrescentou.
Na atual Assembleia Nacional, que resultou da decisão do presidente Emmanuel Macron de dissolver a anterior em junho de 2024, o campo presidencial e a direita, que formam uma "base comum" de governo, não são majoritários.
S.Schwarz--BP