Badische Presse - Putin homenageia soldados russos na Ucrânia em desfile pelo Dia da Vitória

Putin homenageia soldados russos na Ucrânia em desfile pelo Dia da Vitória
Putin homenageia soldados russos na Ucrânia em desfile pelo Dia da Vitória / foto: © AFP

Putin homenageia soldados russos na Ucrânia em desfile pelo Dia da Vitória

Vladimir Putin prestou homenagem, nesta sexta-feira (9), aos soldados russos mobilizados na Ucrânia em um desfile multitudinário em Moscou para celebrar o aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista, na presença de líderes estrangeiros, incluindo o presidente Lula e seu contraparte chinês, Xi Jinping.

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Coincidindo com as comemorações, o presidente russo decretou um cessar-fogo unilateral na Ucrânia entre 8 e 10 de maio, que entrou em vigor à meia-noite de quinta-feira (18h00 de quarta, horário de Brasília).

A Ucrânia, no entanto, qualificou a trégua de "farsa" e disse ter registrado ataques russos em toda a linha de frente e centenas de violações do cessar-fogo.

O Kremlin aproveita a comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial para avivar o patriotismo na Rússia e projetar força no exterior, com a presença de presidentes como Lula e Xi Jinping.

"Todo o país, a sociedade e o povo apoiam os participantes na operação militar especial na Ucrânia", declarou Putin ao discursar da tribuna, onde demonstrou sua proximidade com Xi.

Quase 1.500 soldados que lutaram na ofensiva na Ucrânia participaram do colossal desfile com 11.000 militares na Praça Vermelha de Moscou, segundo a imprensa estatal.

"Estamos orgulhosos de sua coragem e determinação, de sua força de espírito, que sempre nos levou à vitória", declarou Putin.

Diante da ofensiva diplomática de Putin, vários ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) viajaram para a cidade de Lviv, no oeste da Ucrânia, onde aprovaram, em coordenação com Kiev, a criação de um tribunal especial para julgar autoridades russas pela agressão contra o país vizinho.

Putin defendeu em seu discurso que a Rússia "foi e será uma barreira indestrutível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo".

A cerimônia contou com a presença de 29 líderes de países aliados ou de importantes parceiros comerciais, como Brasil e China, mas também de Cuba, Venezuela, Cazaquistão e Vietnã.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acompanhado da esposa, Cilia Flores, deixou a Praça Vermelha fazendo o gesto da vitória com os dedos.

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, também estava em Moscou, desafiando a estratégia da União Europeia de isolar a Rússia desde que Putin iniciou a ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Putin saudou os militares norte-coreanos presentes na cerimônia e celebrou abertamente a cooperação entre os dois países, no momento em que soldados de Pyongyang combatem ao lado das tropas russas.

"Meus melhores desejos para todos vocês e para todas as suas tropas", declarou Putin a vários militares norte-coreanos, segundo imagens exibidas pela televisão russa.

Após o desfile, Putin recebeu Lula e Fico no Kremlin.

- "Orgulhosos do nosso país" -

Há vários dias, as ruas de Moscou estão decoradas com símbolos patrióticos e muitas lojas e restaurantes penduraram cartazes para lembrar a vitória de 1945.

"A festividade nos deixa orgulhosos do nosso país", declarou à AFP Vladimir, um moscovita de 40 anos, que compareceu com a esposa grávida e alguns amigos para acompanhar o desfile.

A Ucrânia acusa o Exército russo de violar centenas de vezes a trégua, com ataques durante a noite em Kherson, no sul, e na região central de Dnipropetrovsk, que deixaram vários feridos.

O Ministério da Defesa russo afirma que as tropas respeitam "estritamente" o cessar-fogo e que apenas responderam às ações da Ucrânia.

Em sua tentativa de mediação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu na quinta-feira um cessar-fogo incondicional de um mês no conflito e ameaçou adotar sanções.

A Segunda Guerra Mundial provocou mais de 20 milhões de mortes na União Soviética e o trauma segue vivo na sociedade russa.

Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, as autoridades russas proibiram qualquer crítica às Forças Armadas e intensificaram a repressão, o que levou centenas de pessoas à prisão e forçou o exílio de milhares de críticos do governo.

N.Horn--BP