Badische Presse - Defesa Civil de Gaza anuncia 44 mortos em novos ataques israelenses

Defesa Civil de Gaza anuncia 44 mortos em novos ataques israelenses
Defesa Civil de Gaza anuncia 44 mortos em novos ataques israelenses / foto: © AFP

Defesa Civil de Gaza anuncia 44 mortos em novos ataques israelenses

A agência de Defesa Civil da Faixa de Gaza anunciou nesta terça-feira (20) que pelo menos 44 pessoas morreram em bombardeios de Israel, que intensificou as operações militares nos últimos dias neste devastado território palestino.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na segunda-feira que o objetivo é tomar o controle de todo o território onde, pela primeira vez após dois meses e meio de bloqueio, permitiu o acesso de ajuda humanitária por "razões diplomáticas".

A campanha militar, no entanto, não teve uma pausa. Desde 1h00, os hospitais registraram "pelo menos 44 mortos, a maioria crianças e mulheres, assim como dezenas de feridos", declarou à AFP o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal.

Oito vítimas foram registradas em um ataque contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas na Cidade de Gaza e outras 12 em um bombardeio contra uma casa em Deir el Balah, no centro do território, explicou o porta-voz.

Quinze pessoas morreram em um bombardeio contra um posto de gasolina no campo de refugiados de Nuseirat e nove em um edifício no campo de Jabaliya.

O Exército israelense não fez comentários sobre os ataques de terça-feira.

A guerra começou em 7 de outubro de 2023 com o ataque do Hamas contra o sul de Israel, que deixou 1.218 mortos, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. Mais de 300 militares morreram na ofensiva do grupo islamista.

A campanha de represália militar de Israel matou pelo menos 53.486 pessoas, segundo o Ministério da Saúde do território governado pelo Hamas.

Muitas vítimas palestinas são civis, especialmente mulheres, adolescentes e crianças.

Segundo o ministério, pelo menos 3.340 pessoas morreram desde 18 de março, quando Israel retomou a ofensiva contra Gaza após quase dois meses de trégua.

- Primeira ajuda em dois meses -

O conflito ficou ainda mais intenso desde então, em particular nos últimos dias, com dezenas ou mais de 100 mortos por dia no território.

No início de maio, o governo israelense anunciou a convocação de dezenas de milhares de reservistas para uma ofensiva em Gaza.

O gabinete de segurança do país aprovou na semana passada um plano para ampliar as operações militares em Gaza.

No fim de semana passado, o Exército anunciou uma nova operação chamada "Carruagens de Gideão" para intensificar a ofensiva em Gaza, tomar o controle de amplas áreas e derrotar o Hamas.

"Tomaremos o controle de todo o território da Faixa", afirmou Netanyahu na segunda-feira. Ele também se comprometeu a aliviar a fome no território "por razões diplomáticas".

Após meses de denúncias da ONU e de organizações humanitárias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, principal aliado de Israel, criticou na semana passada o cenário de fome em Gaza.

Os "amigos" de Israel, argumentou Netanyahu na segunda-feira, disseram que não tolerariam "imagens de fome em massa" em Gaza.

No mesmo dia, as autoridades israelenses anunciaram a entrada de cinco caminhões de ajuda humanitária da ONU em Gaza, os primeiros desde o início do bloqueio em 2 de março.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Tom Fletcher, disse que os pacotes são apenas "uma gota no oceano de tudo o que é urgentemente necessário" no território.

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também denunciou a situação.

"Há dois milhões de pessoas morrendo de fome em Gaza, apesar das toneladas de comida bloqueadas na fronteira", destacou.

M.Keller--BP