Badische Presse - Zelensky acusa Rússia de 'tentar ganhar tempo' para 'prosseguir' com invasão

Zelensky acusa Rússia de 'tentar ganhar tempo' para 'prosseguir' com invasão

Zelensky acusa Rússia de 'tentar ganhar tempo' para 'prosseguir' com invasão

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, acusou nesta terça-feira (20) a Rússia de "tentar ganhar tempo" ao prolongar as conversas de paz, com o objetivo de "prosseguir" com a invasão, apesar da pressão dos Estados Unidos por um cessar-fogo imediato.

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As declarações de Zelensky contrastam com o otimismo expressado pelo presidente americano, Donald Trump, após uma conversa aguardada com o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, na segunda-feira.

O republicano disse que a conversa telefônica de duas horas foi muito boa e citou progressos. Também disse que Rússia e Ucrânia começarão "imediatamente" as negociações para um cessar-fogo.

Putin, por sua vez, declarou que está disposto a trabalhar com a Ucrânia em um "memorando" sobre "um eventual futuro acordo de paz", mas não aceitou o cessar-fogo incondicional de 30 dias que Trump buscava.

Contudo, Zelensky disse na segunda-feira que não tinha detalhes sobre o conteúdo do "memorando" citado por Putin, mas que estava disposto a analisar as propostas de Moscou.

Nesta terça-feira, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, insistiu em que Trump não havia oferecido concessões a Putin, em meio à frustração em Washington e Kiev pela aparente demora da Rússia.

"É evidente que a Rússia tenta ganhar tempo para prosseguir com sua guerra e sua ocupação", afirmou o presidente ucraniano nas redes sociais.

Trump tenta cumprir a promessa que fez durante a campanha de que conseguiria acabar com a guerra 24 horas após retornar à Casa Branca, um desejo que está longe de acontecer.

Representantes dos governos da Rússia e da Ucrânia se reuniram na sexta-feira em Istambul para as primeiras conversas diretas sobre o conflito em mais de três anos, mas sem alcançar um acordo de trégua.

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e, desde então, ocupa quase 20% do território da ex-república soviética, devastada pelo conflito que já deixou dezenas de milhares de mortos.

A mediação de Trump acontece no momento em que a Rússia está confiante no avanço de suas tropas na frente de batalha e, além disso, considera o diálogo com os Estados Unidos como um apoio, após o isolamento e as sanções impostas pelos países ocidentais nos últimos anos.

- Europeus anunciam mais sanções -

A Ucrânia e seus aliados na Europa querem pressionar Trump a impor novas sanções contra a Rússia, depois que Putin se recusou a viajar à Turquia para participar diretamente das negociações para um cessar-fogo com Zelensky na semana passada.

Após o diálogo, funcionários de alto escalão do governo ucraniano acusaram os negociadores enviados pela Rússia de fazer pedidos que consideraram inaceitáveis, incluindo a retirada das forças de Kiev de amplas faixas do território ucraniano.

A responsável pela diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, pediu ao governo dos Estados Unidos que adote ações mais fortes, caso a Rússia não aceite um cessar-fogo incondicional na Ucrânia.

 

Zelensky reiterou esta semana que a Ucrânia e seus aliados precisam se esforçar para convencer Trump sobre a necessidade de impor mais sanções.

A UE adotou nesta terça-feira o 17º pacote de restrições financeiras contra a Rússia, uma série de medidas direcionadas especificamente contra os navios que Moscou usa para burlar as sanções, denominados de "frota fantasma".

O Reino Unido também anunciou mais sanções, direcionadas contra essa frota usada pela Rússia para exportar seus hidrocarbonetos.

Desde o início do conflito, Putin estreitou as relações com a China e também ampliou o comércio de petróleo com a Índia, resistindo às sanções.

A China, que tem sido um apoio crucial para Moscou, afirmou nesta terça-feira que apoia um diálogo e negociações diretas entre Rússia e Ucrânia.

Pequim espera "que as partes envolvidas continuem o diálogo e a negociação para alcançar um acordo de paz justo, duradouro e vinculante, aceitável para todas as partes", declarou a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning.

R.Kurz--BP