Badische Presse - Ministro israelense pede 'toda a força necessária' em Gaza

Ministro israelense pede 'toda a força necessária' em Gaza
Ministro israelense pede 'toda a força necessária' em Gaza / foto: © AFP

Ministro israelense pede 'toda a força necessária' em Gaza

Um ministro israelense de extrema direita instou o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, nesta sexta-feira (30), a usar "toda a força necessária" contra o Hamas na Faixa de Gaza, após o movimento palestino expressar dúvidas sobre uma nova proposta de trégua dos Estados Unidos.

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As negociações para um cessar-fogo para encerrar a guerra de quase 20 meses que devastou a Faixa de Gaza fracassaram até o momento. Israel retomou sua ofensiva em março, após uma trégua de dois meses.

Desde o início da guerra, desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao território israelense em 7 de outubro de 2023, Itamar Ben Gvir, o ministro israelense de Segurança Nacional, de extrema direita, tem evitado qualquer compromisso.

"Depois que o Hamas rejeitou a proposta de acordo mais uma vez, não há mais desculpas (...). É hora de entrar com toda a força necessária, sem hesitar, para destruir (...) o Hamas" na Faixa de Gaza, escreveu ele no Telegram nesta sexta-feira, em uma mensagem a Netanyahu.

O gabinete de Netanyahu disse que ele foi hospitalizado nesta sexta-feira para uma "colonoscopia de rotina" que foi realizada "com sucesso".

Segundo o anúncio da Casa Branca na quinta-feira, Israel aceitou a proposta dos EUA para uma trégua na Faixa de Gaza, embora o governo israelense ainda não tenha confirmado essa informação.

Pouco depois, Basem Naim, um dos líderes exilados do Hamas, disse à AFP que a proposta viola as reivindicações do movimento e significa "a perpetuação da ocupação, a continuação dos assassinatos e da fome".

Apesar disso, ele garantiu que o movimento palestino continua a "analisá-la" para dar uma resposta.

- "100% da população em risco de fome" -

Em Gaza, a ofensiva israelense continua, e pelo menos 22 pessoas morreram nesta sexta-feira em ataques israelenses, de acordo com a Defesa Civil, organização responsável por resgates e operações de emergência no território palestino.

Israel intensificou suas operações militares no território palestino sitiado nas últimas semanas com o objetivo de assumir o controle de toda a Faixa, destruir o Hamas e libertar os últimos reféns sequestrados em 7 de outubro.

A situação humanitária em Gaza continua muito grave, apesar do levantamento parcial por Israel, na semana passada, do bloqueio total imposto em 2 de março e da entrada de ajuda humanitária, que ONGs e a ONU consideram insuficiente.

"É a única área delimitada, um país ou um território definido dentro de um país, onde toda a população corre o risco de fome; 100% da população está em risco de fome", enfatizou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), nesta sexta-feira.

Segundo duas fontes próximas às negociações, a proposta dos EUA prevê uma trégua de 60 dias, que pode ser estendida para 70.

Também implica que o Hamas entregue cinco reféns vivos e nove mortos na primeira semana em troca da libertação de prisioneiros palestinos. Uma segunda troca ocorreria na segunda semana da trégua, com o mesmo número de reféns vivos e mortos.

O ataque de 7 de outubro resultou na morte de 1.218 pessoas do lado israelense, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Das 251 pessoas sequestradas pelo Hamas naquele dia, 57 permanecem na Faixa de Gaza, das quais pelo menos 34 estão mortas, segundo as autoridades israelenses. O Hamas também mantém os restos mortais de um soldado israelense morto em 2014 durante uma guerra anterior em Gaza.

Mais de 54.249 palestinos, a maioria civis, morreram na campanha de retaliação militar de Israel, de acordo com dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas em Gaza, considerados confiáveis pela ONU.

D.Groß--BP