Badische Presse - Kiev evacua vilarejos na região fronteiriça de Sumy, temendo ofensiva russa

Kiev evacua vilarejos na região fronteiriça de Sumy, temendo ofensiva russa
Kiev evacua vilarejos na região fronteiriça de Sumy, temendo ofensiva russa / foto: © AFP/Arquivos

Kiev evacua vilarejos na região fronteiriça de Sumy, temendo ofensiva russa

Kiev ordenou, neste sábado (31), a evacuação de outros 11 vilarejos na região de Sumy, na fronteira com a Rússia, diante dos temores de que Moscou lance uma grande ofensiva terrestre na área, após mais de três anos de guerra.

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Os esforços diplomáticos em curso para encontrar uma solução para o conflito não deram resultado até agora, e enquanto isso os combates não dão trégua.

Ao menos oito pessoas morreram nas últimas 24 horas em bombardeios russos na Ucrânia, inclusive uma menina de nove anos, informaram as autoridades.

A guerra começou com a invasão russa, em fevereiro de 2022, e desde então dezenas de milhares de pessoas morreram, tanto civis quanto militares, dos dois lados.

A Rússia, com um exército mais numeroso e melhor equipado, já controla cerca de 20% do território ucraniano. Em um comunicado, seu Ministério da Defesa anunciou a tomada do vilarejo de Vodolagui, na região de Sumy, no nordeste do país.

O ministério também informou a conquista do povoado de Novopil, na região de Donetsk, uma área do leste da Ucrânia, onde se concentra a maioria dos combates.

Kiev, no entanto, teme agora uma nova ofensiva mais ao norte, na região de Sumy.

O comandante em chefe do exército ucraniano, Oleksandr Sirski, afirmou, neste sábado, que a Rússia concentrava seus ataques em várias áreas da região de Donetsk, particularmente Pokrovsk e Toretsk, mas também em "partes da região de Sumy".

Ele também assinalou que as forças russas estavam intensificando seus ataques mais ao sul, na região de Zaporizhzhia, onde a Ucrânia também teme uma ofensiva.

Um ataque russo em larga escala representaria um desafio importante para o exército ucraniano, que já sofre grandes dificuldades no front.

A administração regional de Sumy anunciou, neste sábado, a evacuação obrigatória de 11 vilarejos próximos à fronteira pela "ameaça constante que paira sobre a vida dos civis devido aos bombardeios".

Um total de 213 localidades da região já receberam ordens de evacuação, segundo as autoridades regionais.

- Encontro na segunda-feira? -

O porta-voz do serviço estatal da guarda fronteiriça, Andrii Demshenko, declarou à TV ucraniana na quinta-feira que a Rússia havia concentrado forças suficientes perto de Sumy para "tentar um ataque".

Segundo ele, o "reforço" começou quando as forças de Moscou lutavam contra soldados ucranianos na região russa de Kursk, situada em frente à região ucraniana de Sumy.

As tropas ucranianas lançaram uma ofensiva surpresa neste território em agosto passado, que representou um revés para o Kremlin.

Mas desde então, Kiev perdeu quase a totalidade das áreas que conseguiu controlar, e a Rússia assegura ter recuperado toda a região.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou na quarta-feira que a Rússia concentra mais de 50.000 soldados perto da região, com vistas a uma possível ofensiva para criar "uma zona tampão".

Os esforços diplomáticos para encerrar a guerra se intensificaram nas últimas semanas, mas cada lado acusa o outro de não querer a paz.

Moscou propôs voltar a se reunir com Kiev para manter diálogos diretos em Istambul na segunda-feira, após uma primeira reunião infrutífera em 16 de maio.

Mas a Ucrânia, por enquanto, não disse se aceitará o convite. Kiev espera receber um "memorando" de Moscou que detalhe suas condições para uma paz duradoura, antes de responder à oferta.

"Infelizmente, a Rússia está fazendo tudo o possível para que uma possível próxima reunião não dê nenhum resultado", criticou Zelensky na sexta-feira.

O Kremlin também acusa a Ucrânia de não querer a paz.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, fez um apelo na sexta-feira para que os dois países participem na segunda-feira do encontro com "delegações fortes", segundo a agência estatal turca Anadolu.

A composição da delegação russa na primeira rodada, liderada por um assessor de segunda linha, foi interpretada por Kiev como um sinal de falta de seriedade. Moscou prevê enviar a mesma equipe na segunda-feira.

Kiev, por sua vez, insta Moscou a aceitar um cessar-fogo imediato proposto por Washington e apoiado pelos europeus, mas o Kremlin o rejeitou por enquanto.

P.Barth--BP