

Rússia executa ataque em larga escala com drones em Kiev e Odessa
A Rússia executou uma nova onda de bombardeios em larga escala na madrugada de terça-feira contra a Ucrânia, com ataques de drones contra a capital Kiev e a cidade de Odessa, onde pelo menos duas pessoas morreram, segundo as autoridades.
Moscou intensificou os ataques contra a Ucrânia, que responde com operações militares em território russo, apesar dos esforços para impulsionar as negociações de paz e acabar com mais de três anos de guerra.
As negociações promovidas pelos Estados Unidos e com mediação da Turquia, no entanto, não conseguiram alcançar um acordo para um cessar-fogo. O único resultado concreto foi o anúncio de uma troca de prisioneiros.
Após o lançamento de mais de 300 drones e sete mísseis, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, reiterou seu apelo para que os aliados ocidentais respondam com "ações concretas".
Zelensky pediu aos Estados Unidos que atuem porque, segundo ele, Washington tem o poder de obrigar a Rússia a buscar a paz. Também pediu uma reação da Europa, já que "não tem outra alternativa exceto mostrar firmeza", em uma mensagem nas redes sociais.
O presidente ucraniano informou que dois mísseis lançados contra o país foram fabricados na Coreia do Norte.
Em Odessa, no sul, os ataques a prédios residenciais provocaram duas mortes, informou o governador Oleg Kiper.
"O inimigo atacou Odessa maciçamente com drones. Infraestruturas civis sofreram danos e há incêndios. Os russos atingiram uma maternidade, um centro de emergências médicas e edifícios residenciais", acrescentou Kiper.
O governador indicou que a maternidade pôde ser esvaziada a tempo, por isso não houve vítimas no local.
Em Kiev, pelo menos quatro pessoas ficaram feridas nos bombardeios, qualificados pelo prefeito Vitali Klitschko como "ataques maciços".
Os ataques causaram incêndios em edifícios e automóveis, relatou Klitschko.
Uma jornalista da AFP ouviu pelo menos 12 explosões e disparos da defesa antiaérea no centro de Kiev.
- Troca de prisioneiros -
As cidades ucranianas são alvos quase diários de ataques aéreos desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022.
Durante a noite, a Rússia lançou 315 drones explosivos, dos quais 213 foram abatidos pela defesa antiaérea, informou a Força Aérea, que também anunciou ter derrubado sete mísseis.
A Ucrânia também intensificou os ataques de drones contra instalações estratégicas na Rússia e 13 aeroportos foram fechados durante a noite por questões de segurança, incluindo os quatro terminais aéreos de Moscou e o de São Petersburgo.
O único avanço concreto das negociações da semana passada em Istambul foi o anúncio formulado na segunda-feira por Kiev e Moscou de uma troca de prisioneiros de guerra que acontecerá nos próximos dias.
Nenhum dos países especificou o número de soldados que serão trocados na operação que começou na segunda-feira.
Após a reunião em Istambul, os dois lados concordaram em libertar todos os prisioneiros gravemente feridos ou doentes, assim como os menores de 25 anos. Também anunciaram uma troca dos corpos de soldados mortos em combate.
As negociações de paz propriamente ditas enfrentam um impasse. A Rússia exige que a Ucrânia ceda os territórios que Moscou reivindica como anexados e que renuncie ao processo de adesão à Otan.
A Rússia também rejeitou uma trégua "incondicional" de 30 dias solicitada por Kiev e seus aliados europeus, argumentando que o cessar-fogo permitiria o rearmamento das forças ucranianas com suprimentos ocidentais.
Nas conversações, a Ucrânia exige a retirada total das tropas russas e quer "garantias de segurança" de seus aliados ocidentais.
K.Lehmann--BP