Badische Presse - Trump pede 'rendição incondicional' do Irã

Trump pede 'rendição incondicional' do Irã
Trump pede 'rendição incondicional' do Irã / foto: © AFP

Trump pede 'rendição incondicional' do Irã

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta terça-feira (17), quinto dia de guerra entre Israel e Irã, a "rendição incondicional" da República Islâmica, afirmando que, "por enquanto", não tem intenção de matar seu líder supremo.

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Os dois países inimigos travaram nas últimas décadas uma guerra por procuração em diversos países do Oriente Médio e algumas operações pontuais, mas na última sexta-feira Israel iniciou uma ofensiva aérea de larga escala contra o Irã.

Trump, que segundo a Casa Branca reúne nesta terça-feira o Conselho de Segurança Nacional para discutir a guerra, reivindicou a "RENDIÇÃO INCONDICIONAL" do Irã em uma mensagem em letras maiúsculas publicada em sua plataforma Truth Social.

"Sabemos exatamente onde se esconde o chamado 'Líder Supremo'. É um alvo fácil, mas está seguro lá. Não vamos tirá-lo (matá-lo!), pelo menos não por enquanto", escreveu.

"Agora nós controlamos completamente e totalmente o espaço aéreo iraniano", advertiu o presidente americano. Seu vice-presidente, JD Vance, também avisou que Washington poderia tomar "medidas adicionais" contra o programa nuclear iraniano.

Israel, potência nuclear não oficial, afirma que atacou o Irã para impedir que Teerã desenvolva armas atômicas em breve, um objetivo que o regime islâmico nega ter.

A campanha deixou pelo menos 224 mortos no Irã, segundo as autoridades, incluindo os comandantes da Guarda Revolucionária, do Estado-Maior do Exército, nove cientistas do programa nuclear e civis. Em Israel, 24 pessoas morreram, segundo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O Exército israelense anunciou nesta terça-feira que matou Ali Shadmani em um bombardeio noturno. O militar foi apresentado como o chefe do Estado-Maior em tempos de guerra e comandante militar de alto escalão, próximo ao líder supremo iraniano no poder desde 1989.

Shadmani morreu quatro dias após assumir o lugar de Golam Ali Rashid, que faleceu em um bombardeio israelense. O Exército citou ainda "vários ataques em larga escala" contra alvos militares no oeste do Irã, incluindo "dezenas" de lança-mísseis.

Um ataque cibernético paralisou nesta terça-feira o banco Sepah, uma das principais entidades estatais do Irã, informou a agência de notícias Fars.

Vários meios de comunicação relataram um corte generalizado de internet em todo o país. Teerã restringe o acesso à internet desde o início da campanha militar israelense.

A TV estatal do Irã informou, por sua vez, uma nova onda de ataques contra Israel. A Guarda Revolucionária anunciou que atacou um centro do serviço de inteligência externa de Israel, o Mossad, em Tel Aviv.

O Exército israelense garantiu em um comunicado que interceptou a maioria dos mísseis lançados pelo Irã e que ativou um alerta vermelho na zona de Dimona, onde está localizada uma usina nuclear no sul de Israel.

A ofensiva israelense iniciada em 13 de junho interrompeu as negociações entre Teerã e Washington sobre o programa nuclear iraniano.

- China acusa Trump -

Diante do cenário complexo, Trump declarou nesta terça-feira que está interessado em buscar um "fim real, não um cessar-fogo".

Os líderes do G7 reunidos em um encontro de cúpula no Canadá pediram na segunda-feira uma "resolução da crise iraniana" que leve "a uma desescalada mais ampla das hostilidades no Oriente Médio", em uma declaração na qual afirmaram que Israel "tem o direito de se defender". O Irã acusou o grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo de ter uma visão tendenciosa.

Trump adiantou seu retorno a Washington. Na segunda-feira, advertiu que "todos deveriam deixar Teerã imediatamente".

A China acusou Trump de atiçar o conflito. "Jogar lenha na fogueira, proferir ameaças e aumentar a pressão não contribuirá para reduzir a tensão", declarou Guo Jiakun, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

 

Filas, algumas de vários quilômetros, eram observadas nesta terça-feira em postos de gasolina e padarias de Teerã: os moradores tentavam desesperadamente comprar combustível e alimentos nos poucos estabelecimentos que permanecem abertos.

Israel atacou na segunda-feira a central de enriquecimento de urânio de Natanz, no centro do país, mas a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou que novos elementos mostravam "impactos diretos em salas subterrâneas".

D.Groß--BP