Badische Presse - Macron pede reforço dos laços com Reino Unido em discurso no Parlamento britânico

Macron pede reforço dos laços com Reino Unido em discurso no Parlamento britânico
Macron pede reforço dos laços com Reino Unido em discurso no Parlamento britânico / foto: © Pool/AFP

Macron pede reforço dos laços com Reino Unido em discurso no Parlamento britânico

O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu, em um discurso no Parlamento britânico, nesta terça-feira (8), um trabalho conjunto para proteger a ordem internacional, a começar pelo conflito na Ucrânia, e fortalecer os laços entre Londres e a União Europeia (UE).

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"Reino Unido e França devem voltar a demonstrar ao mundo que nossa aliança pode realmente fazer a diferença", disse Macron no Parlamento de Westminster, no primeiro dos três dias de sua visita à nação vizinha, a primeira de um presidente francês desde 2008 e de um chefe de Estado Europeu desde o Brexit, em 2020.

"Devemos trabalhar juntos para defender um multilateralismo eficaz e proteger a ordem internacional, tal como forjamos após a Segunda Guerra Mundial", acrescentou em seu discurso, muito aplaudido por deputados e lordes.

Macron assegurou que os europeus "nunca vão abandonar a Ucrânia".

"Lutaremos até o último minuto para obter um cessar-fogo, para iniciar negociações que permitam construir uma paz sólida e duradoura, porque na Ucrânia estão em jogo nossa segurança e nossos princípios", afirmou.

Em sua fala, o presidente francês também pediu um "cessar-fogo em Gaza, sem nenhuma condição".

- Recepção real -

O chefe de Estado francês copresidirá na quinta-feira, juntamente com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, uma reunião da "coalizão de voluntários", que reúne os países comprometidos com o fortalecimento das capacidades de defesa da Ucrânia e a constituição de uma força dissuasória para impedir que a Rússia retome a ofensiva, caso um cessar-fogo não seja alcançado.

A aproximação do Reino Unido da Europa representa um bom caminho neste sentido, insistiu, ressaltando que o Brexit foi "profundamente lamentável", embora tenha acrescentando que respeita esta decisão.

Macron disse que apoia "os esforços de Starmer para restaurar a confiança" entre Londres e UE.

O presidente francês e a primeira-dama, Brigitte Macron, foram recepcionados mais cedo pelo rei Charles III em uma grande solenidade no Castelo de Windsor.

O casal presidencial foi recebido primeiro pelo príncipe-herdeiro, William, e sua esposa, Katherine, na pista da base militar de Northolt, a oeste de Londres.

Como símbolo do vínculo entre os dois países, Macron anunciou que a França emprestará ao Reino Unido a célebre tapeçaria de Bayeux, que será exposta no Museu Britânico entre setembro de 2026 e junho de 2027.

Em troca, o British Museum, que Macron vai visitar na quarta-feira, emprestará à França peças do tesouro de Sutton Hoo, objetos arqueológicos dos séculos VI e VII, uma das joias da sua coleção.

- Clima de aproximação -

Após o esfriamento das relações bilaterais devido à saída do Reino Unido da União Europeia, em 2020, esta visita ocorre em meio a um clima de reaproximação entre os dois países, após a chegada de Keir Starmer, do Partido Trabalhista, ao poder há um ano.

A guerra na Ucrânia, que mais uma vez colocou as questões de defesa e segurança no centro das preocupações europeias, aproximou ainda mais os dois aliados, as principais potências militares do continente.

"Nossos dois países enfrentam ameaças complexas, vindas de múltiplas direções. Como amigos e aliados, as enfrentamos juntos", dirá o rei durante seu discurso antes do jantar de Estado nesta terça-feira.

Na quarta-feira, Macron se reunirá com Starmer em Downing Street, participará de um evento sobre inteligência artificial e irá a um jantar na City, centro financeiro de Londres.

Na frente econômica, a Presidência francesa anunciou, nesta terça-feira, que a empresa de energia pública EDF vai adquirir uma participação de 12,5% na futura usina nuclear britânica de Sizewell C, ao leste da Inglaterra.

Do lado britânico, as expectativas são altas sobre esta visita em relação ao combate à imigração irregular, após um número recorde de chegadas pelo Canal da Mancha desde janeiro.

O presidente francês prometeu resultados "tangíveis" tanto na defesa quanto no tema da imigração irregular.

E.Wagner--BP