

Coalizão de governo enfrenta risco nas eleições para o Senado no Japão
A coalizão que governa o Japão enfrenta perspectivas desfavoráveis nas eleições parciais do próximo domingo para o Senado, que podem colocar em risco a continuidade do primeiro-ministro conservador Shigeru Ishiba, que está no cargo desde setembro do ano passado.
Ishiba, 68 anos, lidera um governo de minoria desde outubro, quando seu Partido Liberal Democrático (PLD), no poder de maneira quase ininterrupta há décadas, sofreu uma derrota nas eleições legislativas.
Agora, a coalizão entre o PLD e seu aliado Komeito pode perder também a maioria na Câmara Alta com as eleições de 20 de julho, nas quais 125 dos 248 senadores serão renovados.
Segundo uma pesquisa publicada na terça-feira pela agência japonesa Kyodo News, o PLD conquistaria menos de 40 cadeiras e o Komeito enfrentaria dificuldades para manter seus 14 senadores.
A coalizão está "a caminho" de perder sua maioria, segundo a imprensa japonesa, o que provavelmente provocaria pedidos de renúncia do primeiro-ministro.
O jornal Yomiuri Shimbun prevê menos de 40 cadeiras para o PLD e nove para o Komeito. "Manter a maioria parece complicado", afirmou.
Os escândalos de corrupção e a inflação elevada, em particular para produtos como o arroz, cujo preço dobrou em um ano, geraram um profundo descontentamento contra o governo japonês.
Ao mesmo tempo, pequenos partidos de oposição antissistema ganham espaço, como a legenda contrária à migração Sanseito, que poderia conquistar mais de 10 cadeiras no Senado, contra duas atualmente.
Se perder a maioria no domingo, "Ishiba pode se ver obrigado a renunciar", opina Toru Yoshida, professor de Ciências Políticas na Universidade Doshisha.
"O Japão entraria em território desconhecido, com um governo de minoria nas duas Câmaras do Parlamento, uma situação inédita desde a Segunda Guerra Mundial", apontou.
W.Schneider--BP