Badische Presse - Trump ataca 'esquerda radical' após assassinato de seu aliado Charlie Kirk

Trump ataca 'esquerda radical' após assassinato de seu aliado Charlie Kirk
Trump ataca 'esquerda radical' após assassinato de seu aliado Charlie Kirk / foto: © AFP/Arquivos

Trump ataca 'esquerda radical' após assassinato de seu aliado Charlie Kirk

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a retórica da "esquerda radical" de ter contribuído para o assassinato a tiros nesta quarta-feira (10) de um de seus fiéis aliados políticos, o influenciador Charlie Kirk, a quem classificou de "mártir da verdade".

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Kirk, de 31 anos e figura de renome da juventude de direita, morreu após ser atingido por um disparo durante um evento na Utah Valley University, no oeste do país.

Segundo o FBI, um suspeito foi detido e liberado mais tarde, na noite de quarta-feira. A busca pelo atirador continua e os motivos do atentado ainda não foram esclarecidos.

"Durante anos, os da esquerda radical têm comparado americanos maravilhosos como Charlie com nazistas e os piores assassinos em massa e criminosos do mundo", disse Trump em um vídeo publicado horas depois do ataque em sua plataforma Truth Social.

"Esse tipo de retórica é diretamente responsável pelo terrorismo que estamos vendo em nosso país hoje, e deve parar agora", afirmou.

O mandatário prometeu que seu governo "encontrará cada um dos que contribuíram para esta atrocidade e para outras violências políticas, incluindo as organizações que os financiam e apoiam".

Assim como Trump, vários nomes da direita americana se referiram a Kirk como um "mártir" caído em defesa dos valores conservadores e cristãos.

A tragédia foi captada por vários vídeos que, em segundos, inundaram as redes sociais. Neles, Kirk aparece falando sob uma tenda diante de milhares de pessoas, quando se ouve o som de um único disparo. Na gravação, vê-se Kirk caindo de sua cadeira e escutam-se gritos de pânico entre o público.

"O Grande, e até mesmo lendário Charlie Kirk, morreu", escreveu Trump em sua rede Truth Social.

"Ninguém compreendia ou conquistava o coração da juventude dos Estados Unidos melhor do que Charlie", acrescentou.

- 'Fonte de sangue' -

O ataque ocorreu perto do meio-dia durante um evento organizado pelo movimento Turning Point USA, cofundado por Kirk. Cerca de 3 mil pessoas estavam no campus quando o ativista foi baleado, comentou Jeff Long, chefe da polícia da instituição.

Vídeos que circularam nas redes sociais mostram Kirk sentado em uma cadeira em um palco quando é atingido, e seu corpo desliza para o lado.

Beau Mason, do Departamento de Segurança Pública de Utah, disse que o disparo provavelmente veio de um telhado, e que as câmeras do circuito fechado registraram um suspeito "vestido com roupas escuras".

O ex-congressista de Utah Jason Chaffetz, que estava presente no comício, declarou à Fox News que o ataque a tiro ocorreu durante uma sessão de perguntas e respostas.

"A primeira pergunta foi sobre religião. Ele falou durante uns 15, 20 minutos. A segunda pergunta, curiosamente, foi sobre atiradores transgêneros, atiradores em massa, e no meio disso, ouviu-se o disparo", comentou Chaffetz.

"Ele levou um tiro no pescoço e caiu, e era uma fonte de sangue", relatou Sophie Anderson, de 45 anos, ao Daily Mail.

Kirk teve grande influência na política americana e ajudou Trump a aumentar seu apoio entre os eleitores mais jovens, um dos fatores-chave no retorno do republicano à Casa Branca.

Com um talento natural para o espetáculo, em 2012 Kirk cofundou a Turning Point USA para impulsionar pontos de vista conservadores entre os jovens, tornando-se o porta-voz predileto da extrema direita juvenil em redes de televisão e conferências.

Sua presença nos campi estudantis era bem-vinda por apoiadores de direita como um contraponto às vozes da esquerda, mas também desencadeava uma intensa oposição.

- 'Assassinato político' -

Trump determinou que as bandeiras fossem hasteadas a meio mastro nos prédios do governo federal até domingo.

O governador de Utah, Spencer Cox, disse tratar-se de "um assassinato político".

"Precisamos que todos neste país reflitam sobre onde estamos e para onde queremos ir. Precisamos nos perguntar: é isso que nos deixam 250 anos de história?", comentou o governador republicano.

O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, pediu pelo "descanso eterno" de Kirk, enquanto o senador e líder da maioria republicana, John Thune, disse estar "horrorizado".

Vozes da esquerda também condenaram o ataque.

"Não há lugar em nosso país para este tipo de violência. Deve parar agora", escreveu no X o ex-presidente democrata Joe Biden.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, que chegou a debater ideias com Kirk em seu podcast, classificou o ataque como "repugnante, vil e censurável", e a ex-vice-presidente Kamala Harris condenou "a violência política".

Q.Schmid--BP